Você é capaz de enxergar a floresta ou está focado apenas em ver as árvores?
Falar de planejamento estratégico é algo que sempre gera controvérsia entre executivos e empresários. Muita gente acredita que num ambiente competitivo extremamente volátil, não faz mais sentido perder tempo com planejamento, entretanto, posso afirmar com segurança que é preciso tomar um certo cuidado sobre o que significa planejamento estratégico.
Sem dúvida alguma, a velha forma de fazer planejamento está morta. Reuniões gerenciais entediantes com duração de 1 ou 2 dias, que geram apenas pensamentos estreitos e caducos não contribuem para a construção de estratégias que realmente impulsionem um negócio. A maioria esmagadora dos planos estratégicos é gerada com profundos gaps entre os modelos mentais praticados dentro de uma organização e a realidade do mercado. E isso é fatal, porque compromete a eficácia da ferramenta.
Outro problema muito comum no planejamento tradicional é a não utilização de ferramentas tecnológicas adequadas que integrem objetivos, estratégias e planos de ação, gerando ausência de clareza e controle sobre o que precisa ser feito. Não é de surpreender, que a maioria dos planos naufrague logo no início por falta de engajamento das pessoas.
O antídoto a essa forma antiga de trabalhar pode ser batizado de planejamento dinâmico, onde a ferramenta assume a importante função de gerar aprendizado contínuo para as equipes, onde o propósito maior é continuamente ampliar a qualidade do pensamento estratégico dentro de uma organização.
Essa ampliação de pensamento é na realidade a única forma de gerar vantagem competitiva num cenário de incerteza constante. Nesse sentido, o planejamento deve funcionar como um indutor de criatividade e inovação dentro de uma empresa, por meio da quebra de paradigmas e da inércia na forma de pensar e de fazer gestão.
O pressuposto básico que as equipes gerenciais precisam ter em mente é que a medida que a qualidade do pensamento aumentar em uma organização, a qualidade das tomadas de decisão também aumentará. Por isso, é de vital importância substituir o planejamento deficitário e ineficiente que normalmente é baseado em estratégicas convencionais e pobres por uma abordagem inovadora voltada a aprendizagem.

Lembre-se que os seus concorrentes mais cedo ou mais tarde também investirão em tecnologias de ponta como Big Data e Inteligência Artificial (AI), portanto, todos terão uma ampla gama de informações precisas sobre o comportamento de consumidores e mercados.Então de que forma você diferenciará o seu negócio? Aprendendo a pensar de forma mais ampla, a enxergar nas informações aquilo que não é óbvio, para utilizar os insights com mais imaginação. Como diz o matemático e escritor libanês Nassim Taleb, autor da Lógica do Cisne Negro, aprenda a ser cético, a questionar suas suposições e, tudo que acontece a sua volta, porque as relações de causa e efeito não são tão claras e lineares quanto a maioria das pessoas imagina.
Acredito que o planejamento estratégico dinâmico pode abrir espaço para que você se distancie um pouco dos detalhes para ver a floresta, além das árvores. Isso irá ajudar a encontrar os meios de distinguir o que é importante do que não é importante, a identificar as variáveis nas quais deve focar e as variáveis nas quais deve prestar menos atenção e a criar um importante senso de direção para as equipes.
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